Há cerca de mil anos atrás, o Rio Vouga ainda desaguava numa ampla baía, e terras como Aveiro e Ovar comunicavam diretamente com o mar.
A zona lagunar a que vulgarmente se chama Ria de Aveiro, as suas Ilhas e terrenos adjacentes, são de formação recente e resultaram da sedimentação que se iniciou neste local da costa no século X. Com o tempo, a ação dos ventos dominantes do quadrante Oeste, influenciando a direção normal da crista das ondas, aliada às correntes de circulação litoral Norte para Sul, deu origem a uma sedimentação costeira, com a formação de duas restingas, caminhando em sentidos opostos, uma de Espinho para Sul e outra do Cabo Mondego para Norte. A barra da laguna veio sucessivamente descendo em latitude ao longo dos últimos dez séculos, até ser artificialmente estabilizada em 1808 no local atual da Barra de Aveiro.
Atualmente, a Ria de Aveiro estende-se em 45 Km de Ovar a Mira, com uma largura máxima de 10km, tem pequena profundidade e nela desaguam vários cursos de água com destaque para o Vouga. É separada do mar por um cordão arenoso de largura variável interrompido por uma barra e apresenta quatro braços principais - Ovar, Murtosa, Vagos e Mira - sendo polvilhada por várias ilhotas. A morfologia da Ria de Aveiro é fortemente influenciada pelas marés, o que faz com que a sua área varie entre um mínimo de 66 km2 e um máximo de 85 km2. |